quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

LUZES

Luzes
Enfim perfuram o dossel
E invadirão a escura selva
Que turvava a visão
Das três raças tristes
(E quantas eram as três?)
E se revelaria a cor do céu

Onde
Reinara até então o horror, o horror
De um corpo nu
Desnutrido e mau

Luzes
Luzes elétricas
Expurgavam os fantasmas informes
E ofuscarão os seus nomes inscritos na noite eterna
De taxonomias obscuras

(E quantas serão as três?)

Vozes
Instilavam sabedoria
Fumegam abrindo estradas
No nada
Sufocarão canções 

Cruzes
Obeliscos
Falos
Emergirão com a carne morta dos jequitibás
E o véu de ilusão das matas se rasgava
E a única verdade seja vista
E compreendida

Luzes
Luzes
Irradiam de espelhos

Nenhum comentário:

Postar um comentário