quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Galeria Subterrânea

Era um corredor mal-iluminado. Entrei devagar, meus passos ressoavam no ambiente. Um manequim masculino vestido com um macacão feminino. No final do corredor, as escadas. Subi. Era tudo silêncio. "Altura Limitada", avisava uma placa: tarde demais: eu já tinha batido a cabeça no teto. Subi até o quinto andar. Um longo corredor. Caminhei até o fim. Bati na porta. Estremeci quando vi girar a maçaneta e um homem com cara de psicopata me dizer com aquela voz grave: "Pois não". Era ali mesmo. Tudo indicava: o jaleco branco, um som perturbador vindo de dentro da sala, as revistas num canto. Eu estava diante do dentista. 

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