terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Sobre estética

Uma mudança de ideia:

Sobre artes visuais, eu considerava apenas as características visuais da obra de arte como válidas porque eu achava que se a parte semântica fosse levada em conta a estética visual já perderia o seu sentido: porque pintar se a mensagem é o que importa? Seria mais fácil fazer um texto.

Mas tem uma coisa que eu não tinha percebido, a semântica também tem valor estético. É como se as ideias transmitidas fizessem um movimento plástico dentro da cabeça das pessoas (de ligação das ideias com a maneira como elas se transformaram em forma visual), com isso a obra leva ao prazer estético. O entendimento de símbolos, referências, discursos e etc. gera prazer estético. A maneira como a artista usa ideias nas obras é poética, fazer um discurso se transformar em poesia é um feito artístico que causa deleite ao espectador. Maneiras improváveis ou bem particulares de transmitir um discurso fazem obras sensíveis.

A poética da forma também é muito importante e costuma ser esquecida. Por isso continuo a gostar mais desse aspecto.

O discurso pode ser até mesmo sobre a estética, sobre a visualidade. Como é o caso dos concretistas. Uma obra de arte se torna relevante quando discute algo, mesmo que de maneira sutil, melhor que seja de maneira sutil inclusive.


Uma boa análise artística deve estar atenta ao caráter estético formal e também ao caráter estético discursivo. Ambos estão em debate com o seu tempo e espaço, nessa perspectiva que eu acredito que uma análise social deve ser feita também.

(texto por Gabriela Castro)

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