segunda-feira, 26 de junho de 2017

VISLUMBRE DE UTOPIA #3

1. Numa sociedade inexistente o desenvolvimento tecnológico deve ser pensado em função do desenvolvimento social. Não apenas no sentido de proporcioná-lo, mas, principalmente, no sentido de partir de seus parâmetros. A tecnologia deve ser pensada a partir de modelos sociais que ainda não existem e, assim, abrir caminho até eles, sedimentar o solo no qual os hábitos se enraizarão.

2. Não se deve perguntar: onde a tecnologia pode nos levar? mas, sabendo onde se quer chegar, desenvolver a tecnologia que leva até este não-lugar.

3. Um exemplo: a criação de carros elétricos é desenvolvimento tecnológico que proporciona desenvolvimento social a partir do modelo atual de sociedade. Isto não levará muito longe, uma vez que a noção de carro e as noções contíguas que se tem permanecem praticamente inalteradas. Uma tecnologia que leve em conta todos os parâmetros do desenvolvimento social criaria meios de transporte totalmente diferentes, por que não teria mais como modelo urbano a cidade contemporânea, não teria a mesma noção de conforto impregnada nos carros atuais, talvez não considerasse imprescindível o transporte a longas distâncias em curto espaço de tempo.

4. Mais uma vez, as necessidades se misturam: o transporte se mistura com a própria constituição de uma cidade, a disposição das casas, dos lugares onde se vai, as distâncias que se percorre. O desenvolvimento tecnológico de uma sociedade não existente nunca deve considerar estes pontos isoladamente e, portanto, não construirá carros elétricos, mas soluções que levem em conta cada um dos aspectos necessários.

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