segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Todo o conhecimento humano é exclusivamente humano, isto é, não significaria nada sem a existência do homem. Essa afirmação é óbvia, mas nos mostra como a nossa posição geralmente é universalista, quando na verdade o que sabemos sobre o mundo é apenas algo filtrado pela lente de nossa própria experiência. Nietzsche reconhece isso, mas aceita que não é possível ao ser humano outro tipo de conhecimento. Dessa forma, nossos conhecimentos são símbolos, metáforas, mentiras para designar algo que existe no mundo. Então surge a questão: por que o ser humano, cuja natureza se funda na mentira, tem um desejo tão profundo de encontrar a verdade?

É no reconhecimento dessas mentiras ou símbolos, que Nietzsche elabora um conceito de Verdade. Não uma verdade absoluta, mas uma verdade provinda do contrato social, uma vez que ele também é símbolo, representação, teatro. É na necessidade de se integrar à coletividade que nasce a necessidade de encontrar a verdade. Essa verdade relativa é dependente da comunicação, da linguagem.

Na linguagem, a limitação dos nossos conceitos fica clara: uma palavra é incapaz de expressar integralmente algo que existe, servindo apenas como um símbolo convencionado socialmente. Cada sociedade tem suas convenções, como fica evidente quando se observa os diversos idiomas, portanto a verdade é duas vezes relativa: primeiro ao passar pelo filtro da experiência humana, segundo ao passar pelas diferenças culturais.

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