Não pedia, pois não era mendigo,
Mas chegava de noite, faminto,
E vasculhava toda a minha casa.
Comia e mais nada levava consigo.
Cozinha, panelas, o lixo e as sobras,
Devorava tudo como quem devora
Um banquete que não existe igual.
Na madrugada, farto, ia embora.
Estranho ladrão que não roubava
Mas sempre voltava na noite seguinte
Pra saciar a fome em minhas migalhas.
E eu o via dentro da noite insone
Apesar de fazer que não o visse
Pra deixar que ele matasse a fome.
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