quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

O RATO

Não pedia, pois não era mendigo,
Mas chegava de noite, faminto,
E vasculhava toda a minha casa.
Comia e mais nada levava consigo.

Cozinha, panelas, o lixo e as sobras,
Devorava tudo como quem devora
Um banquete que não existe igual.
Na madrugada, farto, ia embora.

Estranho ladrão que não roubava
Mas sempre voltava na noite seguinte
Pra saciar a fome em minhas migalhas.

E eu o via dentro da noite insone
Apesar de fazer que não o visse
Pra deixar que ele matasse a  fome.

Nenhum comentário:

Postar um comentário