FILHA: Sabia mãe, que seu filho andou roubando de novo?
A mãe fica calada.
FILHO 2 com ironia: Normal.
O filho 1 que roubou se levanta.
FILHO 2: Onde é que você vai?!
FILHO 1: Vou roubar. Tô precisando de dinheiro pra fumar.
Ele sai. Os outros continuam a comer em silêncio.
FILHO 2: Eu tô desempregado, mãe.
FILHA: Normal...
FILHO 2: Eu tô falando é com a mãe, sua... garota de programa!
FILHA: Do que você me chamou?!
FILHO 2: Exatamente o que você ouviu! Você pensa que a gente não sabe, é?
FILHA: Quer saber?! Eu sou mesmo! Sou mesmo! Sou uma puta! E você não tem nada com isso! Muito melhor do que viver às custas da mãe.
Ele dá um tapa na cara dela. A mãe observa, indiferente.
FILHA: Cê me paga!
Sai, nervosa.
Entra o filho 1, completamente perturbado.
FILHO 1: Mãe, eu juro que não queria! Foi um acidente... um acidente!
FILHO 2: Mas do que é que você está falando?!
FILHO 1: Foi sem querer, mãe. Eu, eu matei uma pessoa. Mas eu juro que não queria! Juro! Quando vi já tinha acontecido.
Ele se senta, calado.
FILHO 2: Só faltava essa... uma mulher da vida e agora um drogado assassino.
Todos se calam novamente, ainda comendo.
Chega a filha, com as roupas rasgadas e e machucada.
FILHO 2: Hah!
FILHA: Mãe, eu juro que não volto mais pra lá!
FILHO 2: Levou mais tapa na cara!
FILHA: Cala a boca!
FILHO 2: Aposto que estava escondendo dinheiro do cafetão.
FILHA: Cala a boca! Eu não quero ver aquele cara nunca mais.
Ela se deixa sentar numa cadeira, chorando.
Todos comem em silêncio como no início.
MÃE: Será que comeremos pra sempre numa mesa invisível?
***
Escrevi essa peça pra apresentar na aula de geografia.
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