segunda-feira, 27 de junho de 2011

Nota Solta

O homem contemporâneo tem dois grandes defeitos: o de pensar que nunca será nada e o de querer ser tudo. Somos, desde cedo, educados de maneira a nos tornarmos pessoas extremamente ambiciosas e no entanto, extremamente céticas em relação ao próprio potencial. A publicidade, a televisão, tudo nos induz a uma mania de grandeza tamanha, que acabamos nos enxergando menores do que realmente somos diante das enormes construções da sociedade de consumo. Ou se é gingante ou se é minúsculo. Não há espaço para um meio-termo. E se não há um tamanho intermediário, não há o processo de crescimento. A única possibilidade de um ser minúsculo se tornar gigante é alguma poção mágica o faça crescer instantaneamente, a exemplo dos repentinos sucessos musicais consumidos pela massa. (Outro defeito do homem contemporâneo: o imediatismo). Nem mesmo se vislumbra a possibilidade de uma criatura minúscula crescer aos poucos até atingir o tamanho ideal — e diga-se de passagem, o tamanho ideal não é ser gigante.

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