você não vê a dança incessante do corpo que se alastra sob o ritmo da lua
tentáculos tateando o muro penetrando frestas e rachaduras
você não ouve a música perpétua de pétalas e folhas
flores apaixonadas se abrindo para as mamangavas
você não sente o cheiro
a paciência do pólen inundando a casa e fecundando o quarto
não pressente o abraço de jiboia quebrando os ossos da arquitetura
múltipla cascavel se confundindo com o circuito elétrico
se enrodilhando no pescoço
beijando a carótida
você não entende os sonhos das plantas
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