O mênstruo da lua
cheia
Tingia o branco dos
lençóis no varal
E o manto da
madrugada
O nada varava o
espelho
Seios pendiam verdes sóis argentos entre
os ramos da lobeira
O vento assobiava
anunciando a voz do encoberto
Cantou a
alma-de-gato, a cerração cegava mas eu vi
O mênstruo da lua cheia...
O ar prenhe de
açúcar nauseava quem sentisse o cheiro
Da pétala de vulva,
e feito uma saúva um vulto eu vi
Eu vi o matuto
Provar um fruto
Adrede virar
Lobisomem-guará
Ouvi no escuro
Um latido ou uivo
Um grito
E o bicho me olhou
O bicho...
O monstro, a lua
cheia
No canavial, na
capoeira
Sem rastro
Nenhum comentário:
Postar um comentário