Todos já ouvimos a expressão “feijão com arroz” para as coisas que não passam do comum, medíocre ou sem graça. O problema é quando ela é aplicada literalmente na comida: a pessoa que não sabe fazer outra comida senão o velho e típico feijão com arroz. Na verdade, como já disse algum escritor, o básico é o mais difícil na cozinha, mas tem pessoas que, não satisfeitas com o básico e não sabendo inovar, tentam inventar as mais estranhas combinações: linguiça na maionese, fígado na farofa. Não adianta sugerir ir a um restaurante ou deixar outra pessoa fazer a parte criativa da comida. Querem provar que são capazes de fazer uma comida diferente e não dão o braço a torcer: colocam temperos exóticos no macarrão, tentam fazer a salada com os mais improváveis ingredientes, seguem as receitas do programa matinal à risca, mas sem obter qualquer resultado satisfatório, conseguindo no máximo, se não algo esdrúxulo, o... comum.
E não é à toa que foi um escritor quem disse que é o básico o mais difícil: na literatura e na arte também as coisas são exatamente assim. Conheci um artista que se esforçava com toda a criatividade para realizar algo de inovador. Pintava com o próprio sangue, fazia performances nu, usava animais vivos nas instalações, entre outras tentativas que acabavam não passando de um estranho prato com fígado na farofa. Ele não tinha nenhum talento extraordinário para os pratos mais inventivos, no entanto o arroz com feijão ele fazia bem, um arroz com feijão que pelo menos era bem temperado. Mas não se satisfez com isso, queria provar que era capaz de ser original e insistiu nas receitas menos apetitosas: chegou a obras que se fossem comida seriam sorvete com feijão ou qualquer combinação mais estranha.
Um dia ele percebeu que, por mais incomum que fosse a receita, sempre havia alguém que tinha feito alguma parecida e não raro eram muitos. Acabou chegando à conclusão de que não apenas suas receitas eram por demais insípidas como também não eram nada inovadoras. Foi aí que resolveu abandonar a arte e estudar gastronomia.
A minha mãe pediu direitos autorais, Ok?
ResponderExcluir<3
Claro, claro... agora você me pegou. =)
ResponderExcluirrs
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