No hálito da cidade
A vida segue como um motor tirânico
Paredes fachadas janelas portas
Suas unhas e cílios
A paisagem cinzenta dos olhos faz doer a pele
Um homem estranho atravessa a rua com sua mochila visivelmente pesada
E é como se sua condição fizesse transparecer nele pensamentos com
[qualquer coisa de não-humana
Se um dia eu virar doido
Deito na beira do ribeirão Arrudas
Pra Mãe d'Água vir me beijar
(Se um dia eu virar doido, meu bem,
não chores)
Mundo mundo mundo
— Vasto e completamente alheio à sua chaga.
Um emaranhado de cabeças
Ruidosamente se movimenta
E você busca um lugar qualquer.
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