Depois de me arrancar do barro sem forma
E me moldar com mãos severas de oleiro
E educar meu gozo no seu leito
Depois de hipnotizar a terracota
Coagular o albúmen de meu sêmen
E tatuar minha tez com o sinal do golem
Depois de me trincar a asa torta
Puir com a espuma dos dias a argila
E esfarelar-me a pele quebradiça
Você despreza agora a sua obra
(Mais morta quanto mais você retoca
Com a máscara dessa têmpera diáfana)
E bebe o vinho na boca de outra ânfora
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