sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Minha tese é esta:
Uma vez que se admita um único símbolo, estamos abrindo a brecha pela qual Deus vai passar. É por isso que não posso conceber uma metafísica isolada da política. Se admito a inexistência dos deuses, estou automaticamente abdicando do universo simbólico do qual eles fazem parte. Se eu assumo a prática dos símbolos, admito os deuses como um símbolo a mais.

Um símbolo é necessariamente falso, uma vez que ele é um objeto, um gesto, um som, que representa outra coisa que ele não é. Falso, porém genuíno, já que se acredita nele. Se se admite um objeto falso qualquer, por que não admitir a existência de Deus, igualmente falso, mas igualmente genuíno?

Pode-se fazer a objeção: esse raciocínio também acarreta na existência de unicórnios, de Hércules e do Super Homem. Sim, estou num beco sem saída. A única saída é não admitir os símbolos, incluindo a linguagem e certa parcela da arte.

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