Noite hetaíra
Vistosa palmeira
Enjaulada
No lodaçal
Leque nu
Hetaíra calma
Esculpida
Na ventarola
Do canal
Cá em baixo
A rua cheia
Lá em cima
A lua cheia
Noite hetaíra
Calma ventarola
Verola
O mar parece um caramujo cor de chumbo
Plúmbeo
Há um grande cansaço de explicar o mar.
terça-feira, 28 de março de 2017
sábado, 18 de março de 2017
W. H. Auden: Linguística Natural/Natural Linguistics
Every created thing has ways of pronounciong its ownhood:
basic and used by all, even the mineral
tribes,
is the hieroglyphical koine of visual appearance
which, though it lacks the verb, is, when
compared with
our own
heaviest lexicons, so much richer and
subtler in shape-nouns,
color-adjetives and apt prepositions of
place.
Verbs first appear with the flowers who
utter imperative odors
which with their taste for sweets, insects
are bound to
obey:
motive, too, in the eyes of beasts is
language of gesture
(urban life has, alas, sadly impoverisehd
ours),
signals of interrogation, friendship,
threat and appeasement,
instantly taken in, seldom, if eve,
misread.
All who have managed to break through the
primal barrier of
Silence
into na audible world find na indicative AM
though some carnivores, leaving messages written in urine,
nor have they ever made subjunctive or negative statements,
even cryptics whose lives hang upon telling a fib.
rage and grief they can sing, not self-reproach or repentance,
nor have they legends to tell, though their respect for a rite
is more pious than our, for a complex code of releasers
trains them to walk in the ways which their ur-ancestors
trod.
(Some of these codes remain mysteries to us: for instance,
fish who travel in huge loveless anonymous turbs,
what is it keeps them in line? Our single certainty is that
minnouws deprived of their fore-brains go it gladly alone.)
Since in their circles it’s not good form to say anything a novel,
none ever stutter on er, guddling
in vain for a word,
no are at loss for na answer: none, it seems, are bilingual,
for just doing their thing, nt greedily trying to publish
all the world as we do into our picture at once.
If they have never laughed, at least they have never talked
drivel,
never, marching to war, inflamed by fortissimo music,
hundreds of miles from home died for a verbal whereas.
‘Dumb’ we may call them but, surely, our poets are right in
assuming
all would prefer taht they were rhetorized at than about.
June
1969
Duas piadas à Hannibal Lecter:
I
— Por que você não gosta das pessoas?
— Quem disse que não? Adoro quando estão bem passadas.
II
— Por que você não gosta de americanos?
— É gorduroso demais, prefiro coisas mais saudáveis.
I
— Por que você não gosta das pessoas?
— Quem disse que não? Adoro quando estão bem passadas.
II
— Por que você não gosta de americanos?
— É gorduroso demais, prefiro coisas mais saudáveis.
EZRA POUND - CANTO XV (trad.: José Lino Grunewald)
Com muita dificuldade, tenho me debruçado sobre os Cantos de Ezra Pound, na tradução de José Lino Grünewald. É difícil fazer uma leitura linear, então venho logo ao canto XV, que me chamou a atenção imediatamente. Trata-se de uma imagem do inferno.
O sacarescente, jazendo em glucose,
O pomposo no meio da lã
com um fedor como o dos gordos em Grasse,
O olho do cu, imenso e escabroso, cagando moscas,
ribombando imperialismo,
último urinol, monte de merda, charco de urina sem cloaca,
......r menos turbulento...... Episcopus
......sis,
cabeça pra baixo, enfurnada na imundície,
suas pernas ondulantes e pustulosas,
os suspensórios pendurados sobre o umbigo
sua camisa-de-vênus cheia de baratas,
tatuagens em torno do ânus,
e em torno dele um grupo de golfistas femininos.
os violentos corajosos
retalhando-se com lâminas,
Os covardes arautos da violência
......m e......h engolidos por gorgulhos,
......II como um feto intumescido,
a besta de cem patas, USURA
e a imundície cheia de bajuladores,
curvando-se aos senhores do lugar,
declinando seus proveitos,
e os laudatores temporis acti
a reclamar que a merda já fora mais escura e fértil
e os fabianos lamentando a petrificação da putrefação,
por uma nova carga de bosta cortada em losangos,
os conservadores batendo papo,
identificados por polainas de couro de cortiço,
e os aduladores numa grande roda
queixando-se de insuficiente atenção,
a busca sem fim, agravos pela puxada que falta
os litigantes,
um verde suor de bílis, os donos das notícias,.....s
os anônimos
........e, falido
sua cabeça arremessada como bala de canhão contra o portão de vidro,
despontando um instante através dele
retornando ao tronco, epilético,
et nulla fidentia inter eos,
todos com os seus dorsos contraídos,
com punhais e gargalos, esperando um
momento de distração;
um fedor fechando as narinas;
sob alguém
nada que não possa mover-se,
terra móvel, bosta chocando obscenidades,
erro rudimentar,
tédio que nasceu do tédio,
semanários britânicos, cópias do ........c,
um múltiplo .....nn,
E indaguei: "Como é que é feito?"
e meu guia:
Essa espécie reproduz-se por incisão,
Este é o quadrimilionésimo tumor.
Neste bolge os enfadados são reunidos,
Flocos infinitos de pus, crostas de varíola duradoura.
flocos de pele, recomeços, erosões,
chuva infinita dos pentelhos do cu,
tal como se move a terra, o centro
atravessa todas as partes em série,
um peidar contínuo
distribuindo seus produtos.
Andiamo!
Os pés mergulhados,
o ludíbrio da lama agarrou-o, nenhum corrimão,
o sugar do lodaçal como um remoinho,
e ele disse:
Fecha os poros de teus pés!
Fixaram-se meus olhos no horizonte,
óleo mesclando-se à fuligem;
e novamente Plotinus:
Para a porta,
Concentrem os seus olhos sobre o espelho!
Rezamos nós para a Medusa,
petrificando o solo com o escuro,
Mantendo-o para baixo
ele traçou firme a trilha
Polegada ante nós, por polegada,
a matéria resistindo,
As cabeças brotaram do escudo,
sibilando, voltado para baixo.
Devorando larvas,
a face apenas em meia força,
As línguas das serpentes
lambendo a superfície da imundície,
Malhando o charco até endurecê-lo,
a faixa fina, Metade da largura do fio de espada.
Por isto, pelo tenebroso mal,
ora afundando, ora se agarrando,
A sustentar e escudo insubmersível.
Olvido,
esquecer há quanto,
sono, esvaencente náusea.
"Fosse em Naishapur ou Babilônia"
Eu ouvi no sonho.
Plotinus ausente,
E o escudo atado sob mim, despertei;
Treme o portão em suas dobradiças;
Arfante como um cão enfermo, abalado,
Banhado em álcali, e em ácido.
'Ηéλιον τ' 'Ηéλιον
cego com a luz solar,
Olhos dilatados, descansei,
pálpebras imergindo, inconsciente treva.
Episcopus: bispo
laudatores temporis acti: elogiadores das ações do tempo (?)
fabianos = https://pt.wikipedia.org/wiki/Socialismo_fabiano
.....r = nomes próprios
bolge = referência às bolgias do oitavo círculo do Inferno da Divina Comédia: https://en.wikipedia.org/wiki/Malebolge
BANHEIRO PÚBLICO
Banheiro público
Lúbrico
Nas portas tortas nas paredes nos espelhos e no branco das latrinas
Nessa estrutura suja
Que lhe alça a estatura
De mais orgânica e viva ruína
Surgem runas, grifos, garatujas
Lúbrico
Nas portas tortas nas paredes nos espelhos e no branco das latrinas
Nessa estrutura suja
Que lhe alça a estatura
De mais orgânica e viva ruína
Surgem runas, grifos, garatujas
Passivo e discreto
Passivo e discreto
Passivo e discreto
Passivo e discreto
Passivo e discreto
Pólis-bactérias
Fedores convivem
Em potência de orgia
Nódoas e falos
Se libertam das cavernas privadas da mente
Dos rins, do intestino
E se encontram
Como numa mesa de jantar
Fedores convivem
Em potência de orgia
Nódoas e falos
Se libertam das cavernas privadas da mente
Dos rins, do intestino
E se encontram
Como numa mesa de jantar
Qual é o tamanho?
Qual é o tamanho?
Qual é o tamanho?
Qual é o tamanho?
Qual é o tamanho?
RUBEM BRAGA: OS AMANTES
Nos dois primeiros dias, sempre que o telefone tocava, um de nós esboçava um movimento, um gesto de quem vai atender. Mas o movimento era cortado no ar. Ficávamos imóveis, ouvindo a campainha bater, silenciar, bater outra vez. Havia um certo susto, como se aquele trinado repetido fosse uma acusação, um gesto agudo nos apontando.
Era preciso que ficássemos imóveis, talvez respirando com mais cuidado, até que o aparelho silenciasse. Então tínhamos um suspiro de alívio. Havíamos vencido mais uma vez os nossos inimigos. Nossos inimigos eram toda a população da cidade imensa, que transitava lá fora nos veículos dos quais nos chegava apenas um ruído distante de motores, a sinfonia abafada das buzinas, às vezes o ruído do elevador.
Sabíamos quando alguém parava o elevador em nosso andar; tínhamos o ouvido apurado, pressentíamos os passos na escada antes que eles se aproximassem. A sala da frente estava sempre de luz apagada. Sentíamos, lá fora, o emissário do inimigo. Esperávamos quietos. Um segundo, dois – e a campainha da porta batia, alto, rascante. Ali, a dois metros, atrás da porta escura, estava respirando e esperando um inimigo. Se abríssemos, ele – fosse quem fosse – nos lançaria um olhar, diria alguma coisa – e então o nosso mundo seria invadido.
No segundo dia ainda hesitamos; mas resolvemos deixar que o pão e o leite ficassem lá fora; o jornal era remetido por baixo da porta, mas nenhum de nós o recolhia. Nossas provisões eram pequenas; no terceiro dia já tomávamos café sem açúcar, no quarto a despensa estava praticamente vazia. No apartamento mal iluminado íamos emagrecendo de felicidade. Devíamos estar ficando pálidos,e às vezes, unidos, olhos nos olhos, nos perguntávamos se tudo não era um sonho.
O relógio parara, havia apenas aquela tênue claridade que vinha das janelas sempre fechadas. Mais tarde essa luz do dia distante, do dia dos outros, ia se perdendo, e então era apenas uma pequena lâmpada no chão que projetava nossas sombras nas paredes do quarto e vagamente escoava pelo corredor, lançava ainda uma penumbra confusa na sala, onde não íamos mais. Pouco falávamos: se o inimigo estivesse escutando às nossas portas, mal ouviria vagos murmúrios; e a nossa felicidade imensa era ponteada de alegrias menores e inocentes, a água forte e grossa do chuveiro, a fartura festiva de toalhas limpas, de lençóis de linho.
O mundo ia pouco a pouco desistindo de nós; o telefone batia menos e a campainha da porta quase nunca. Ah, nós tínhamos vindo de muito e muito amargor, muita hesitação, longa tortura e remorso; agora a vida era nós dois apenas. Sabíamos estar condenados; os inimigos, os outros, o resto da população do mundo nos esperava para lançar olhares, dizer coisas, ferir com maldade ou tristeza o nosso mundo, nosso pequeno mundo que ainda podíamos defender um dia ou dois, nosso mundo trêmulo de felicidade, sonâmbulo, irreal, fechado, e tão louco e tão bobo e tão bom como nunca mais haverá.
No sexto dia sentimos que tudo conspirava contra nós. Que importa a uma grande cidade que haja um apartamento fechado em alguns de seus milhares edifícios – que importa que lá dentro não haja ninguém, ou que um homem e uma mulher ali estejam, pálidos, se movendo na penumbra como dentro de um sonho? Entretanto, a cidade, que durante uns dois ou três dias parecia nos haver esquecido, voltava subitamente a atacar.
O telefone tocava, batia dez, quinze vezes, calava-se alguns minutos, voltava a chamar: e assim três, quatro vezes sucessivas. Alguém vinha e apertava a campainha; esperava; apertava outra vez; experimentava a maçaneta da porta; batia com os nós dos dedos, cada vez mais forte, como se tivesse certeza de que havia alguém lá dentro.
Ficávamos quietos, abraçados, até que o desconhecido se afastasse, voltasse para a rua, para a sua vida, nos deixasse em nossa felicidade que fluía num encantamento constante. Eu sentia dentro de mim, doce, essa espécie de saturação boa, como um veneno que tonteia, como se os meus cabelos já tivesse o cheiro de seus cabelos, como se o cheiro de sua pele tivesse entrado na minha.
Nosso corpos tinham chegado a um entendimento que era além do amor, eles tendiam a se parecer no mesmo repetido jogo lânguido, e uma vez que, sentado de frente para a janela, por onde filtrava um eco pálido de luz, eu a contemlava tão pura e nua, ela disse: “Meu Deus, seus olhos estão esverdeando”. Nossas palavras baixas eram murmuradas pela mesma voz, nossos gestos eram parecidos e integrados, como se o amor fosse um longo ensaio para que um movimento chamasse outro; inconscientemente compúnhamos esse jogo de um ritmo imperceptível como um lento bailado.
Mas naquela manhã ela se sentiu tonta, e senti também minha fraqueza; resolvi sair, era preciso dar uma escapada para obter víveres; vesti-me, lentamente, calcei os sapatos como quem faz algo de estranho; que horas seriam? Quando cheguei à rua e olhei, com um vago temor, um sol extraordinariamente claro me bateu nos olhos, na cara, desceu pela minha roupa, senti vagamente que aquecia meus sapatos.
Fiquei um instante parado, encostado à parede, olhando aquele movimento sem sentido, aquelas pessoas e veículos irreais que se cruzavam; tive uma tonteira, e uma sensação dolorosa no estômago. Havia um grande caminhão vendendo uvas, pequenas uvas escuras; comprei cinco quilos, o homem fez um grande embrulho; voltei, carregando aquele embrulho de encontro ao peito, como se fosse a minha salvação.
E levei dois, três minutos, na sala de janelas absurdamente abertas, diante de um desconhecido, para compreender que o milagre se acabara; alguém viera e batera à porta e ela abrira pensando que fosse eu, e então já havia também o carteiro querendo recibo de uma carta registrada e, quando o telefone bateu, foi preciso atender, e nosso mundo foi invadido, atravessado, desfeito, perdido para sempre – senti que ela me disse isto num instante, num olhar entretanto lento (achei seus olhos muito claros, há muito tempo que não os via assim, em plena luz) um olhar de apelo e de tristeza, onde, entretanto, ainda havia uma inútil, resignada esperança.
TRIUNVIRATO
O boi que sou
Triste e vegetal
Pasta sob o sol
Afugentando moscas
Vigília vã
Velo o amanhã
O dia ideal
Imolado em holocausto
Meu Couro
Minha Carne
Meus Ossos
Três dimensões inconciliáveis
Triste e vegetal
Pasta sob o sol
Afugentando moscas
Vigília vã
Velo o amanhã
O dia ideal
Imolado em holocausto
Meu Couro
Minha Carne
Meus Ossos
Três dimensões inconciliáveis
DE "PSICOLOGIA DA EVOLUÇÃO POSSÍVEL AO HOMEM" - OUSPENSKY
1) Ideia de que a psicologia deve ser o estudo do devir do ser humano. Não do que ele já é, mas do que pode vir a ser.
2)Não sabemos nada sobre a origem ou evolução passada do ser humano. Por consequência, não há uma evolução "mecânica futura", que possamos deduzir através de leis biológicas que operam por si só, sem o esforço consciente do ser.
3) "Se o homem não o desejar, ou não o desejar com bastante intensidade e não fizer os esforços necessários, jamais se desenvolverá.
CANTO XIII - EZRA POUND Trad. José Lino Grunewald
Andava Kung
pelo templo dinástico
e na alameda de cedros,
e depois pelo rio mais abaixo,
E, com ele, Khieu, Tchi
e Tian, o de voz grave,
E “nós somos desconhecidos”, disse Kung,
“Conduziriam carros de guerra?
Então ficariam conhecidos.
Ou talvez devesse eu assumir a condução ou o manejo do arco?
Ou a prática da oratória?”
E disse Tseu-lou, “Eu poria as defesas em ordem”
E Khieu disse, “Se eu fosse senhor de uma província
Eu a poria em melhor ordem do que aí está.”
E disse Tchi: “Eu preferiria um pequeno templo na montanha,
Com ordens nas cerimônias,
com uma adequada execução de ritual”,
E disse Tian, com sua mão sobre as cordas do alaúde
Os sons graves a continuar
depois que sua mão deixou as cordas,
E o som seguiu como fumaça, sob as folhas,
E ele procurou o som:
“A velha vala do rio
E os meninos pulando das pranchas, nadando
Ou sentando no relvado a tocar mandolinas.”
E Kung sorriu igualmente para todos.
E Thseng-sie queria saber:
“Quem foi que respondeu corretamente?”
E disse Kung: “Todos responderam certo,
Quer dizer, cada qual segundo a sua natureza.
E Kung ergueu seu bastão para Yuan Jang,
Yuan Jang sendo o mais velho,
Pois Yuan Jang sentara-se à beira da estrada pretextando
haurir sabedoria.
E disse Kung
“Velho tolo, deixe disso,
Levante-se e faça algo útil.”
E disse Kung
“Respeite as faculdades de uma criança
Desde o instante em que inala o claro ar,
Mas um homem de cinquenta que nada sabe
Não merece respeito.”
E “Quando o príncipe se cercar
De todos os sábios e artistas,
suas riquezas estarão bem empregadas.”
E Kung disse, e escreveu nas folhas de bambu:
“Se um homem não tem ordem dentro de si
Não pode propagá-la em torno de si;
E se um homem não tem ordem dentro de si
Sua família não agirá em ordem adequada;
E se o príncipe não tem ordem dentro de si
Não poderá dar ordem a seus domínios.”
E Kung proferiu as palavras “ordem”
e “deferência fraterna”
E nada disse da “vida após a morte”.
E disse
“Qualquer um pode chegar a excessos,
É fácil atirar além do alvo,
É difícil fixar-se no meio.”
E eles perguntaram: “Se um homem assassina
Deveria seu pai protegê-lo e escondê-lo?”
E disse Kung:
“Deveria escondê-lo.”
E Kung deu sua filha a Kong-Tchang
Embora Kong-Tchang estivesse na prisão.
E deu sua sobrinha a Nan-Young
embora Nan-Young estivesse desempregado.
E disse Kung: “Wang governou com temperança,
Em sua época o Estado tinha um bom sustento,
E eu mesmo posso lembrar
Uma época onde os historiadores
deixavam hiatos em seus escritos,
Para coisas que eles não sabiam,
Mas parece que esse tempo está passando.”
E disse Kung: “Sem caráter, você não pode
tocar esse instrumento,
Lavrar a música propícia às Odes.
As flores do apricot
espraiam-se leste-oeste,
E eu tentei impedir-lhes o cair.”
pelo templo dinástico
e na alameda de cedros,
e depois pelo rio mais abaixo,
E, com ele, Khieu, Tchi
e Tian, o de voz grave,
E “nós somos desconhecidos”, disse Kung,
“Conduziriam carros de guerra?
Então ficariam conhecidos.
Ou talvez devesse eu assumir a condução ou o manejo do arco?
Ou a prática da oratória?”
E disse Tseu-lou, “Eu poria as defesas em ordem”
E Khieu disse, “Se eu fosse senhor de uma província
Eu a poria em melhor ordem do que aí está.”
E disse Tchi: “Eu preferiria um pequeno templo na montanha,
Com ordens nas cerimônias,
com uma adequada execução de ritual”,
E disse Tian, com sua mão sobre as cordas do alaúde
Os sons graves a continuar
depois que sua mão deixou as cordas,
E o som seguiu como fumaça, sob as folhas,
E ele procurou o som:
“A velha vala do rio
E os meninos pulando das pranchas, nadando
Ou sentando no relvado a tocar mandolinas.”
E Kung sorriu igualmente para todos.
E Thseng-sie queria saber:
“Quem foi que respondeu corretamente?”
E disse Kung: “Todos responderam certo,
Quer dizer, cada qual segundo a sua natureza.
E Kung ergueu seu bastão para Yuan Jang,
Yuan Jang sendo o mais velho,
Pois Yuan Jang sentara-se à beira da estrada pretextando
haurir sabedoria.
E disse Kung
“Velho tolo, deixe disso,
Levante-se e faça algo útil.”
E disse Kung
“Respeite as faculdades de uma criança
Desde o instante em que inala o claro ar,
Mas um homem de cinquenta que nada sabe
Não merece respeito.”
E “Quando o príncipe se cercar
De todos os sábios e artistas,
suas riquezas estarão bem empregadas.”
E Kung disse, e escreveu nas folhas de bambu:
“Se um homem não tem ordem dentro de si
Não pode propagá-la em torno de si;
E se um homem não tem ordem dentro de si
Sua família não agirá em ordem adequada;
E se o príncipe não tem ordem dentro de si
Não poderá dar ordem a seus domínios.”
E Kung proferiu as palavras “ordem”
e “deferência fraterna”
E nada disse da “vida após a morte”.
E disse
“Qualquer um pode chegar a excessos,
É fácil atirar além do alvo,
É difícil fixar-se no meio.”
E eles perguntaram: “Se um homem assassina
Deveria seu pai protegê-lo e escondê-lo?”
E disse Kung:
“Deveria escondê-lo.”
E Kung deu sua filha a Kong-Tchang
Embora Kong-Tchang estivesse na prisão.
E deu sua sobrinha a Nan-Young
embora Nan-Young estivesse desempregado.
E disse Kung: “Wang governou com temperança,
Em sua época o Estado tinha um bom sustento,
E eu mesmo posso lembrar
Uma época onde os historiadores
deixavam hiatos em seus escritos,
Para coisas que eles não sabiam,
Mas parece que esse tempo está passando.”
E disse Kung: “Sem caráter, você não pode
tocar esse instrumento,
Lavrar a música propícia às Odes.
As flores do apricot
espraiam-se leste-oeste,
E eu tentei impedir-lhes o cair.”
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