quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

GREGÓRIO DE MATOS - DESCARTO-ME DA TONGA, QUE ME CHUPA

Descarto-me da tonga, que me chupa,
Corro por um conchego todo o mapa,
O ar da feia me arrebata a capa,
O gadanho da limpa até a garupa.

Busco uma Freira , que me desentupa
A via, que o desuso às vezes tapa,
Topo-a, topando-a todo o bôlo rapa,
Que as cartas lhe dão sempre com chalupa.

Que hei de fazer se sou de boa cêpa,
E na hora de ver repleta a tripa,
Darei, por quem mo vase tôda Europa?

Amigo, quem se alimpa da carepa,
Ou sofre uma muchacha, que o dissipa,
Ou faz da sua mão sua cachopa.