sábado, 26 de novembro de 2011

Fábula

Um porco caminhava no chiqueiro quando encontrou um pedaço de bacon frito. Como estava com muita fome, comeu rapidamente. Aquilo lhe provocou uma sensação deliciosa, que nunca experimentara igual. Ele começou então a buscar novamente esse prazer, procurando pelo alimento no quintal, na casa dos fazendeiros, por toda parte. Num dado dia, o porco, como animal inteligente que era, percebeu que o bacon era feito com a carne dos de sua espécie. E então parou de comê-la. Mas não por muito tempo, pois não tinha força de vontade, e então comeu novamente bacon, mas agora, depois do prazer vinha uma grande sensação de culpa e depressão.

Um dia, se aproximou de uma fogueira e não resistiu: botou as patas no fogo e começou a se devorar até não restar nada.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Já faz uns anos que li 1984, mas até hoje costumo me lembrar desse livro frequentemente. Um tema de que me lembrei hoje foi a crença que o protagonista tinha de que os proles - a massa - tinham a força de rebelarem-se contra o sistema que oprimia todas as classes da sociedade. E realmente tinham, mas não se davam conta disso. Isso me faz pensar nas recentes tentativas que têm havido de criar uma mobilização geral por meio das redes sociais. Consegue-se atingir uma parte da população que é sempre a mesma: a classe artística, intelectuais e pseudo-intelectuais (que palavra feia essa), professores, enfim, as pessoas que pensam. Mas com apenas essa parcela não é possível fazer nada de concreto. E imagino que o que se tem tentado é justamente ultrapassar as barreiras dessa classe e mobilizar a massa. Desculpe o pessimismo, mas essa massa é muito dura pra se mover.